Um bebê, de 2 anos, que foi espancado pela mãe e o padrasto, no fim de janeiro, em Campo Grande, morreu na Santa Casa, nesta segunda-feira (12). A informação da morte foi confirmada ao g1 pela avó do garoto, que estava internado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal há 21 dias.
Jhemerson de Jesus Belmonte, de apenas 2 anos, deu entrada na Santa Casa de Campo Grande no dia 23 de janeiro. As agressões ocasionaram traumatismo craniano e atingiram órgãos vitais do menino.
A mãe e o padrasto do menino estão presos de forma preventiva desde o dia 1º de fevereiro. Ambos podem responder pelo crime de homicídio qualificado. O g1 tentou contato com a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Ao longo dos 21 dias internado, o bebê manteve quadro de saúde gravíssimo. No hospital, o menino precisou de cuidados intensivos e, nos últimos dias, foi mantido vivo com ajuda de aparelhos hospitalares.
“Queremos fazer um enterro digno para o meu neto, ele sofreu demais. Estou acabada, aos pedaços, muito triste”, comentou Maria de Jesus. A avó do bebê pede por ajuda para realizar o velório do menino.
Investigações
Segundo investigação da polícia, a criança deu entrada no hospital com graves ferimentos. Durante os primeiros depoimentos, a mãe do menino disse que o filho teria se acidentado em casa, enquanto brincava com a irmã de 4 anos.
A mulher e o padrasto da criança disseram que o menino tinha caído de uma escada, como justificativa para as agressões.
No entanto, as delegadas da Delegacia Especializada na Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) desconfiaram da versão apresentada pela mulher, de 19 anos. O alerta foi levantado pela gravidade das lesões no menino, que atingiram órgãos vitais da vítima.
“A mãe e o padrasto tentaram manipular as investigações, mentindo, primeiramente, sobre o local dos fatos. Informaram à equipe do SAMU, que fez o primeiro atendimento, que o menino teria caído em via pública”, de acordo com a delegada Nelly Macedo.
Durante a investigação, a polícia identificou que a família vivia em situação de rua e, junto do menino, invadiram uma casa para morar. Conforme a apuração, as agressões no corpo da criança não foram decorrentes de uma queda, mas sim de uma sequência de agressões.
“Restou evidenciado que tanto o padrasto quanto a mãe estavam com a criança e esta não se lesionou acidentalmente. Representou-se assim pela prisão temporária do casal, que, tentou manter as versões de que a criança se acidentou, mas as investigações evidenciaram que o menino foi vítima de homicídio na forma tentada”, explica a delegada.
g1