Após mais de uma década de planejamento, a Eldorado Celulose deu um passo decisivo para a construção de um ramal ferroviário que ligará sua fábrica em Três Lagoas à Ferronorte em Aparecida do Taboado. Publicação no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (18) confirma que a empresa obteve a licença prévia para a instalação do ramal e se comprometeu a pagar mais de R$ 7,8 milhões em compensações ambientais ao governo estadual.
O projeto, que prevê um ramal de 89 quilômetros com um investimento de R$ 890 milhões, está defasado em relação aos custos atuais de construção. A chilena Arauco, por exemplo, estima um gasto de R$ 17 milhões por quilômetro para um ramal de 47 quilômetros em Inocência. A compensação ambiental exigida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) é um procedimento comum para obras que causam impactos significativos na região.
Em 2021, a Eldorado obteve autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a construção do ramal, mas somente em abril deste ano conseguiu a licença para desapropriação das terras necessárias. O início dos trabalhos ainda depende de licenças ambientais locais.
A Eldorado planeja utilizar o ramal ferroviário para transportar as 1,7 milhão de toneladas de celulose produzidas anualmente até Aparecida do Taboado, onde a linha troncal da Ferronorte segue até o porto de Santos. Atualmente, esse transporte é feito por caminhões. Com investimentos prometidos pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, que controlam a Eldorado, a produção de celulose pode dobrar, elevando ainda mais a necessidade do ramal ferroviário.
Apesar da assinatura do termo de compromisso para a compensação ambiental, não há uma data definida para o início da construção. A assessoria da Eldorado e a Semadesc não forneceram informações adicionais, e a assessoria dos irmãos Batista não respondeu aos pedidos de comentário até a publicação desta reportagem.
Com informações do Correio do Estado
