64% das mulheres não conseguem poupar dinheiro; especialista aponta soluções

64% das mulheres não conseguem poupar dinheiro; especialista aponta soluções

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A independência financeira das mulheres ainda é um desafio em um cenário de desigualdade econômica. Segundo a quinta edição do “Raio X do Investidor Brasileiro”, realizada pela ANBIMA em parceria com o Datafolha, 64% das mulheres brasileiras não conseguem economizar dinheiro. Paralelamente, dados do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher, do Ministério das Mulheres, revelam que o rendimento-hora médio das mulheres é de R$ 16, enquanto o dos homens é de R$ 18. Para mulheres negras, o valor é ainda menor, apenas R$ 12.

O impacto da desigualdade financeira

A participação das mulheres no mercado de trabalho também é inferior à dos homens. Enquanto 72% deles estão ativos, entre as mulheres o percentual cai para 53%, sendo ainda menor entre mulheres negras, com 51%. O número de mulheres que chefiam lares sem um companheiro também é expressivo: 4,3 milhões, contra apenas 500 mil homens na mesma situação. Destaca-se que 60% dessas mulheres vivem em lares com renda per capita inferior a meio salário mínimo.

A realidade do endividamento também é preocupante. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que oito em cada dez mulheres têm dívidas. Diante desse cenário, a educação financeira se torna fundamental para garantir a autonomia e estabilidade econômica das mulheres.

Planejamento financeiro como caminho para a independência

Divulgação
Júlia Lázaro, CEO da Mitfokus

A planejadora financeira Júlia Lázaro, fundadora e CEO da fintech Mitfokus, destaca que “não há independência feminina sem planejamento financeiro”. Formada em Administração de Empresas pela UNESP, com especialização em Economia pela FGV e MBA Internacional pela Universidade de Ohio/FGV, Júlia ressalta que o primeiro passo para organizar as finanças é mapear receitas e despesas.

“O ideal é identificar quais gastos são essenciais e quais podem ser cortados. Também é fundamental reservar uma parte da renda para investimentos, que garantem segurança financeira e estabilidade futura”, orienta a especialista.

Dicas para evitar endividamento e economizar

Para auxiliar as mulheres na construção de uma vida financeira mais equilibrada, Júlia sugere algumas práticas:

  • Liste suas compras antes de sair: Isso evita compras impulsivas, tanto no supermercado quanto em datas comemorativas.
  • Prefira lojas de atacado: Comprar em maior quantidade pode garantir preços melhores.
  • Cuidado com o comércio eletrônico: Compras por impulso são mais comuns em lojas online. Antes de finalizar a compra, compare preços e avalie se o produto é realmente necessário.
  • Evite excesso de cartões de crédito: O ideal é ter apenas um ou dois, para evitar descontrole financeiro.
  • Controle seus gastos com aplicativos financeiros: Ferramentas digitais podem ajudar no planejamento e na organização do orçamento.
  • Participe de grupos de desapego: Isso pode ajudar a economizar e a encontrar boas oportunidades de compra.
  • Revise seu extrato bancário: Analisar seus gastos dos últimos três meses com um parceiro ou amiga pode ser um bom exercício de controle financeiro.

Empoderamento financeiro para um futuro mais igualitário

A educação financeira é um passo essencial para reduzir a desigualdade econômica de gênero. “Conhecimento, habilidade e recursos financeiros empoderam as mulheres e contribuem para uma sociedade mais justa”, conclui Júlia. A Mitfokus, fintech voltada para a contabilidade da área médica, também atua nesse cenário, promovendo iniciativas para minimizar as disparidades e fomentar um futuro mais igualitário para todas as mulheres.

João Maria Vicente, com Engenharia da Comunicação

Imagem – Freepik

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