“IDOSEI” – Cheguei aos 60, mas confesso que não me sinto com uma idade assim tão avançada!

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Por João Maria Vicente

Até hoje, meu sistema auditivo ainda não se acostumou com a ideia de eu ser chamado de senhor. Do alto dos meus 1m61, me enxergo bem mais novo (por dentro e por fora) às vezes com 12 anos, estudando no Fernando Corrêa; ora com 15, quando trabalhava no “Mercadão”, juntamente com meu irmão de sangue Assis Vicente e assistíamos aos jogos da seleção brasileira na Copa de 1978 em um dos bares que fazia frente para a antiga Rua Barão do Rio Branco, hoje Munir Thomé.

Volta e meia me vejo entre os colegas de trabalho da Prefeitura de Três Lagoas, aos 17 anos, mais precisamente no DMER, quer seja carpindo rua (percorremos a cidade inteira: do Interlagos ao Jupiá) ou no serviço de tapa-buraco, quando chegava todos os dias em casa com a roupa e a pele toda lambuzada de piche e me escondia das colegas de escola atrás do caminhão ou do rolo compressor.

Nesta época fiz amigos inesquecíveis, como o Zé Carlos, que veio de Alagoas, e depois se tornou genro do seu Alípio, nosso chefe. Tinha também seu Ataíde, a quem eu tirava do sério com minhas brincadeiras sem graça e o Heitor Vieira Navarro, pai da conhecida jornalista Luciana Navarro. Acreditem ou não, às vezes penso que estou com 19 anos, servindo ao Exército Brasileiro, no 1º do 4⁰ RCMoto.

Quanta saudade! Prestei o serviço militar meio que na marra, mais do meio da jornada pra frente, acabei pegando gosto pelo EB. O Sargento (Pastor) Guilherme e o Major Amaro Bouzon Fernandes eram meus calcanhares de Aquiles, mas as implicâncias do Genésio não me incomodavam. Ponta firme, mesmo, era o Sargento Fonseca, a quem admiro e nutro grande estima. Sobre o tempo de Caserna, vou terminar aqui falando sobre o Alcamin [Pedro Leite]: amigo de verdade. Franco, parceiro e ajudador, desde antes do quartel e até os dias de hoje.

Como amigos inesquecíveis do EB também destaco o Leovaldo, desde o tempo da escola e o Valter (Pateta). Espero um dia rever esses dois últimos. Já que o Pedrinho é mais fácil de acessar, pois ainda reside em Três Lagoas. Fiquei extremamente feliz ao encontrar meu colega de barraca Ranucci e outros, quando nos reunimos no ano passado para comemorar 40 anos de incorporação ao EB. Era para ser um simples comentário sobre o Exército, mas acabei me empolgando.

Em 84, há exatos 40 anos, descobri o amor pelas letras. Embora não seja um bom ledor, aprecio por demais juntar as palavras, brincar com elas e construir textos. É um Dom, que me dá prazer e me ajuda a sobreviver, como jornalista. Poderia ser bem melhor, mas preciso confessar uma coisa: não sei ganhar dinheiro com esta arte, herança do meu mestre Evaldo de Oliveira, que me abriu as portas para o jornalismo, bem como seu irmão Erivaldo, na Gazeta Popular.

Sobre o jornalismo, preciso falar de alguém que me desatou para a profissão: o mestre Aquino Corrêa, com quem trabalhei por um período curtíssimo no Jornal do Povo – creio que em 1985 -, mas que foi um tempo preciosíssimo. Absorvi para sempre todas as suas dicas. Ainda voltarei a falar sobre o jornalismo em um artigo específico. Tem muita gente para agradecer. Aguarde Wesley Mendonça.

Embora nunca tivesse intimidade com a pelota, não muito raramente sou remetido à casa do meu padrinho Carlos Belchior, ou simplesmente “Seu Preto Geleieiro” e minha madrinha Margarida. Entre outras coisas, jogávamos bola, na casa, na rua e no famoso “Pasto do Quincas”. Que tempo maravilhoso! Quanta bagunça, juntamente com os filhos do Preto: Roberto, Renato e Rodrigo, o Mocotó. Falando em bagunça, nesta mesma época Pedrinho (O amigo de verdade) e eu pintávamos o 7 no curso de Técnico em Contabilidade na Escola Afonso Pena, para o desespero do professor Rubão.

Ainda nesta época, na casa dos 20, trabalhei na empresa distribuidora de produtos da Brahma, a convite do Assis, de quem sou profundo admirador. Trocando em miúdos, a minha ideia era escrever apenas algumas poucas linhas neste dia em que me torno um sexagenário. Entretanto, terei de fazer uma série de artigos. Como disse, me empolguei.

Não poderia, porém, encerrar esse escrito sem mencionar o meu maior presente de Deus: a minha esposa Cleide Linhares, a Cleidinha, a quem amo incondicionalmente. Porém tenho convicção de que jamais poderei superar o seu amor por mim, pois tive uma revelação de Deus, em sonho, de que o Eterno a colocou no meu caminho, para amar-me e cuidar de mim. E ela tem cumprido com maestria esta missão. Como sempre menciono a ela: o seu amor me constrange.

Por fim, talvez tenha me perdido no texto, mas é o que temos para hoje.

Interrompo esta narrativa referindo aos meus 20 e poucos anos, daí o motivo de não haver mencionado o pastor Mauro, o meu amigo de todas as horas, o Apóstolo Ivanildo (Leia-se Apóstola Cássia), entre muitos outros, como Carlos Moura (Não sei por onde anda), que me influenciaram no caminho da fé.

O agradecimento especial vai a Deus eterno e todo poderoso, que me amou antes mesmo de me criar e que demonstrou esse amor ao entregar seu filho Jesus para morrer na cruz pelo perdão dos meus pecados, para que eu pudesse ser salvo.

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