Natural do Ceará, José Juca de Oliveira chegou a Três Lagoas em 1956 e logo conquistou seu espaço — e também um apelido que se tornaria sua marca registrada: Zé Mascate. O nome veio da atividade que o consagrou no início de sua trajetória na cidade: a venda de roupas de porta em porta, um verdadeiro exemplo de perseverança e espírito empreendedor.
Com o tempo, Zé Mascate não apenas se firmou como comerciante, mas também ajudou a construir o futuro da própria família em terras sul-mato-grossenses. Assim que se estabeleceu, mandou buscar seus irmãos para também recomeçarem ali. O primeiro a chegar foi Alfredo, que se tornou seu sócio. Depois vieram Zequinha, que montou um bar e mais tarde um bazar; Ilídio, conhecido como carroceiro e benzedor; e Marciano, que se tornou caminhoneiro. Todos eles fincaram raízes em Três Lagoas, construindo suas famílias e contribuindo com o desenvolvimento local. Parte da família permaneceu no Ceará, incluindo os pais e outros irmãos.
Nos anos 1960, Zé Mascate fundou o Bazar Oliveira, localizado na esquina das ruas Oscar Guimarães com Alfredo Justino. A década seguinte marcou uma nova fase: ele transferiu o ponto comercial para o Mercado Municipal, onde o negócio passou a se chamar Bazar Sobral — uma referência à sua terra natal. Sua trajetória no comércio ajudou a movimentar o centro da cidade e a manter viva a tradição do atendimento próximo e acolhedor.
Pai de uma única filha, Zé Mascate deixou um legado de trabalho, coragem e solidariedade. Sua história é também a de muitos migrantes nordestinos que encontraram em Três Lagoas um novo lar e novas oportunidades. Seu nome continua sendo lembrado com carinho por quem conheceu sua caminhada e sua dedicação ao trabalho.
João Maria Vicente
Arquivo pessoal