O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) repudiou publicamente a atitude do chefe da unidade do órgão em Guia Lopes da Laguna, após ele publicar nas redes sociais um comentário desejando a morte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação ocorreu no último domingo (13), enquanto Bolsonaro passava por uma cirurgia de emergência em Brasília.
Por meio de nota oficial enviada ao portal TopMídiaNews, o Detran-MS condenou o comportamento do servidor, classificando-o como incompatível com a postura esperada de um agente público. “Desejar a morte de alguém ou manifestar-se de forma hostil em qualquer caso ou de qualquer forma, pode ser considerado inaceitável, ilegal ou antiético”, diz um trecho do comunicado.
A nota prossegue ressaltando que condutas desse tipo comprometem a imparcialidade e o respeito que devem nortear o serviço público. “Esse tipo de declaração pode levantar dúvidas quanto à capacidade do servidor de exercer suas funções com isenção e respeito ao cidadão”, destaca outro trecho.
Além da crítica institucional, o órgão informou que a conduta do servidor está sendo avaliada pelos setores competentes. “O Detran-MS esclarece que a conduta do servidor está sendo analisada pelos departamentos responsáveis para eventuais providências cabíveis”, finalizou.
Entenda o caso
A polêmica começou após a publicação de uma matéria, na página do site Política Voz no Facebook, informando sobre a cirurgia de Bolsonaro para desobstrução intestinal. Nos comentários da postagem, que reunia mais de 70 interações, um perfil identificado como pertencente ao servidor do Detran-MS escreveu: “Morra, capitão”.
A declaração repercutiu rapidamente nas redes sociais e foi alvo de críticas de moradores da cidade e internautas de outras regiões. Um dos comentários que ganhou destaque questionava a postura de quem se declara cristão: “Fico vendo nos comentários o tanto de gente que se diz cristão e desejando a morte dos outros”, escreveu um usuário.
A indignação também se refletiu fora do ambiente digital. “Não estamos falando de política, estamos falando de humanidade”, afirmou uma moradora à reportagem.
O caso gerou debate sobre os limites da liberdade de expressão, especialmente quando se trata de servidores públicos, que devem manter postura ética e respeitosa, independentemente de preferências políticas. O espaço segue aberto para manifestação do servidor citado.
João Maria Vicente
Foto – Reprodução redes sociais